Nunca mais hein =)

Um professor meu checou o blog e falou mal da foto anterior, então me lembrei que nunca mais tinha escrito nada aqui, quase um ano na verdade.
Como sempre, vou atualizar, a ultima postagem eu fiz quando estava me formando, cheia de planos, cheia de dúvidas e então, NADA MUDOU, mas muito aconteceu nesse tempo.
Fiz um concurso para o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região PA/AP em outubro mesmo, para o cargo de Analista Judiciário- Executora de Mandados para a Zona 4 - Sul do Pará.
Antes que me chamem de doida, fiz porque todos diziam que vida de oficial de justiça era um paraiso, tranquila, sem muito trabalho e eu poderia continuar estudando para a carreira que tanto quero (sim, continua sendo Defensoria Pública da União).
Estudei, estudei e tambem fiz meu tcc nesse periodo, fiquei quase louca, e olha que bonito, passei em 2º lugar na minha zona, e dos dois estados fui a 3ª colocada para o cargo.
correria para colar grau, fazer exame, e BAH, fui empossada em dezembro e lotada em redenção, conheci pessoas maravilhosas, outras nem tanto, retirei alguns dogmas de concurso da cabeça, alguns dogmas de menina patty que eu tinha (é, tem que assumir.) e o cargo não foi o que eu esperava, queria, sonhava ou podia suportar. então pedi exoneração final de janeiro, voltei p/Belém, tirei minha OAB e estou advogando.
Tá, mais estudando que advogando, mas assino minhas causas, faço audiencias, tudo pela pratica juridica e p/ter uma dose de realidade na vida, uma vez que eu só estudo. é meus caros, nao é facil, desde cedo ate tarde, meus melhores amigos sao o lenza, o eugenio, o frederico, paulsen e assim vai.
Já consegui mais duas aprovações e estou esperando o resultado de uma, e nomeação nas tres claro =)
Tirando a carreira, continuo maluca, louca por cinema, pela minha cachorra e sim, mais madura. Muito mais.
Não sei se vou conseguir manter as postagens aqui, mas gosto de dar satisfação de vez em quando, mas só de vez em quando.
adios.

O retorno.

Há um ano que eu não posto nada no Blog, até porque andei de fato muito ocupada. Nesse um ano continuei meu namoro, ganhei uma cachorra, ganhei uns bons 5 kg, ganhei mais maturidade, algum parco conhecimento, conheci novas pessoas, algumas já são amigas que tem grande tendência a se perpetuarem, outras, que pareciam grandes amizades, acabaram pelo caminho, minha progressiva já não faz mais tanto efeito e eu já não enxergo muito bem.
Mas o que fato ganhei nesse ano, foi um novo bloco de metas, substituindo todo um bloco anterior que eu já possuía há tanto tempo e que agora está guardado em uma gaveta para daqui há mais alguns anos, planos adiados, importante ressaltar que não foram adiados com facilidade, doeu, dói muito, mas a vida é cheia de escolhas, clichê? é, mas nada mais do que a verdade.
Continuo a mesma pessoa, arrisco dizer que com praticamente os mesmos gostos para comidas, musicas, pessoas, filmes e livros, continuo passando o dedo na boca quando como bolacha, danço e ganho prêmios sozinha no banheiro e definitivamente ainda não aprendi a andar de salto, mas algo mudou. Não sei definir exatamente o que, mas mudou, me pego as vezes mais fechada, mais focada, aliás, foco é o que não falta no momento.
sempre critiquei aquelas pessoas que faziam um drama quando se formavam, por não saber o que iam fazer, o que seria da vida e sempre admirei aqueles determinados, que emendavam planos e sucesso. No momento, to na primeira categoria, confusa e sem planos mais longos, e eu odeio não ter planos, tudo o que tenho agora é meu esforço, minha vontade e todas as armas que eu devo possuir nessa minha cabeçona.
é isso ai vida, você só agora está pondo suas garrinhas de fora, ou talvez só agora eu as tenha notado. força, coragem e fé, minhas três palavras de ordem.
té.

Nostalgia.

A magia da infância as vezes não consegue ser explicada, basta apenas usar a memória para além dos tempos em que andavamos de calcinha e talco no peito pela casa, riscando a parede, furando o sofá, assistindo desenho o dia tooodo e vivendo sem qualquer preocupação nesse mundão.

Por falar em mundão, quando somos crianças as coisas ganham um aumento natural, o quintal é enorme, as distâncias dos amigos e daqueles que amamos parece sem fim e a espera pelo natal nunca acaba.

A sinceridade é ponto forte, e pra mim essa é a qualidade maior dessa época, crianças não iludem, a não ser que tenham vocação das forças do mal desde pequenas, mas a grande maioria é inocente, acredita, tem aquela fé que nos falta quando grandes, aquela crença constante de que tudo vai dar certo, mesmo que só dê certo porque nossos pais vão fazer dar.

Esse ponto faz falta também, alguém que cuide da gente, que nos faça levantar quando levamos aquele quedão andando de patins, que assopre a ferida com merthiolate depois de cair do muro, que segure nossa bicicleta quando ainda aprendemos a dar nossas primeiras pedaladas.

E é isso que vamos procurar pro resto da vida: apoio incondicional, porque mesmo que sejamos fortes e independentes, a ausência daquela mão nos dando base e a certeza de que tudo vai dar certo sempre vai se fazer sentida, o carinho, o colo para chorar as decepções mais amargas e ouvir depois que sim, tudo vai ficar bem, a falta dessa ligação, das preocupações que não existem, na crença de que o mundo é bão Sebastião ficaram sempre como memórias de um tempo de plenitude e paz.

eu tenho saudades da minha infância e você?

A cidade dos homens nus

Era uma vez uma cidade onde todos andavam nus.

andavam nus e assim se reconheciam, sem rostos corados, sem alegrias exageradas, sem análise alguma, simplesmente nus.

já se passavam décadas e décadas desde que optaram viver assim. Fábricas de roupas, celebridades, moda, passarelas, nada disso fazia sentido naquele local, não tinham influência.

Outras preocupações existiam, a sinceridade alí tinha seu império, ninguém possuia uma capa para se esconder, um recato ao qual se reportar, sem mentiras, sem ilusões.

o que havia era apenas o nu em todo seu significado.

Um certo dia um forasteiro chegou naquela cidade, de jaqueta, calça, cinto e bota.

a todos assustava como aquele homem parecia, como fazia daquela roupa, sua segunda epiderme, sua mascara para o mundo.

conquistou mulheres, fez surgir boatos, brotaram mistérios e a dúvida era, não seria melhor assim? vestir-se de outro, cobrir a verdade, atrelar ao seu corpo uma camuflagem, camaleão.

o forasteiro se foi mas deixou seu legado.

todos passaram a usar roupas, a fingir ser algo que não eram, a esconder suas verdades que eram antes tão explícitas.

a vergonha voltou assim como as futilidades que antes não existiam.

e preocupações que não faziam qualquer sentido flutuavam no cotidiano da cidade.

o forasteiro virou lenda e desde então a mentira reinou absoluta no império da ilusão.

Espetáculo.

"Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida?"

Frase incrível do mais incrível ainda Milan Kundera, não são muitas as pessoas que já o leram, eu sou particulamente viciada nele, um autor atual que consegue mesclar lirismo, realidade e ironia em textos únicos...mas o que eu ia falar não era sobre isso.
tava relendo o Milan em uma visita ao banheiro (melhor momento pra ler, alta concentração) e essa frase me chamou atenção, algum tempo atrás eu escrevi uma percepção do livro a hora da estrela da clarice e cheguei a uma conclusão bem peculiar, a de que devemos dirigir nosso destino, nossa vida, as opções existem e elas sempre aparecem na hora da decisão, depois do caminho tomado novas e novas alternativas aparecem, ora retornando ao status anterior ora seguindo em frente.
Esse trecho me remete a uma certeza que minha vovó há muito me dizia, não existem testes, ensaios ou preparações para a vida, nos simplesmente vivemos e com as armas que nos foram dadas por cultura geral ou conselhos, seguramos a mão da incerteza e seguimos no caminho ainda escuro das escolhas.
Ela é única, intensa, viva da melhor forma, como já disse em outra oportunidade, protagonize seu próprio espetáculo, escreva seu roteiro, ande de olhos vendados nesse palco sem medo algum já que só quando olhamos para trás, sem a venda do presente, que vamos enxergar o que foi feito, o que aconteceu, a graça é tentar e dar nosso melhor para que essa visão seja recompensadora, feliz.

(...) quando se matam grandes sonhos, muito sangue escorre (...) Milan Kundera. ( A vida está em outro lugar)

até a próxima =)

Tentação.

Nervoso na Barriga, sensação de observação.
Perseguição. a visão do perfeito.
ninguém por perto, tentação a vista, o encontro com o querer.
ah coisa boa, borboletas no estômago, ansiedade.
palpitações, palpitações, coração acelerando. Consumação.
as mãos suando, o gosto indescritível do vício.
a sensação do gostoso ilícito, do proibido.
o corpo agradecendo, a mente em extâse.
saciando vontades, se deixando levar pelos instintos animais, até que SUSTO.

"NATHÁLIAAA, larga esse pudim! e a tua dieta menina? hein hein?!! "
" desculpa mãe."


* fato verídico. aconteceu um dia desses aqui em casa mesmo =D


;)

Pequeno conto.

Era Noite de céu estrelado, daqueles bem dignos de grandes histórias de amor.
Eram dois lados de uma futura ex-moeda.
Ele. Ela. A lua brilhando na praia.
palavras mudas em um silêncio doído.

Um dos corações estava pequeno, com medo, esperando.
O outro era pura ansiedade, expectativa de reação.
Deram as mãos, Olhos nos Olhos em uma conversa sem palavras.

Sonhos que foram feitos, planos que não mais seriam vividos, momentos.
Relances que passeavam no caminho do diálogo sem fala.
O coração pequeno queria mais, queria a plenitude da aposta
O seu medo era fruto do outro, da indecisão alheia.
medo produto de outro medo.

Um queria a liberdade que para ele só a solidão daria.
Queria desfrutar da vida, experimentar sensações, cair e levantar.
seguir em frente.

Com um beijo na testa um coração se despediu do outro.
O cenário romântico não entendeu. ninguém entenderia.
só os dois corações, agora sozinhos, vagando nesse mundo de dilemas.