A magia da infância as vezes não consegue ser explicada, basta apenas usar a memória para além dos tempos em que andavamos de calcinha e talco no peito pela casa, riscando a parede, furando o sofá, assistindo desenho o dia tooodo e vivendo sem qualquer preocupação nesse mundão.
Por falar em mundão, quando somos crianças as coisas ganham um aumento natural, o quintal é enorme, as distâncias dos amigos e daqueles que amamos parece sem fim e a espera pelo natal nunca acaba.
A sinceridade é ponto forte, e pra mim essa é a qualidade maior dessa época, crianças não iludem, a não ser que tenham vocação das forças do mal desde pequenas, mas a grande maioria é inocente, acredita, tem aquela fé que nos falta quando grandes, aquela crença constante de que tudo vai dar certo, mesmo que só dê certo porque nossos pais vão fazer dar.
Esse ponto faz falta também, alguém que cuide da gente, que nos faça levantar quando levamos aquele quedão andando de patins, que assopre a ferida com merthiolate depois de cair do muro, que segure nossa bicicleta quando ainda aprendemos a dar nossas primeiras pedaladas.
E é isso que vamos procurar pro resto da vida: apoio incondicional, porque mesmo que sejamos fortes e independentes, a ausência daquela mão nos dando base e a certeza de que tudo vai dar certo sempre vai se fazer sentida, o carinho, o colo para chorar as decepções mais amargas e ouvir depois que sim, tudo vai ficar bem, a falta dessa ligação, das preocupações que não existem, na crença de que o mundo é bão Sebastião ficaram sempre como memórias de um tempo de plenitude e paz.
eu tenho saudades da minha infância e você?